quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Meus direitos
Algumas vezes me dou o direito de chorar
pelo que não existe mais e nunca vai voltar
pela saudade que sinto de pessoas que foram
e de que apenas estão geograficamente distantes
pelas coisas que fiz de errado e pelo que nunca fiz
por não entender o que fazemos aqui na terra
para tentar fazer com que os pensamentos de dispersem
ou para que apenas parem de aflorar na minha mente
pelos medos que continuam a existir
pela falta de coragem e de decisão
ou pela decisão espontânea e inesperada
por não controlar as próprias vontades
Algumas vezes me dou o direito de pensar e fugir
dos problemas que nunca acabam
das mesmas palavras que humilham
das mesmas dores que os remédios não curam
Algumas vezes me dou o direito de querer morrer.
domingo, 10 de agosto de 2014
Pai
Belém, 27 de julho de
2003.
Para o Sr. Américo Vicari
Pai,
Lembro-me claramente de tudo que você fez por nós; filhos, netos e
parentes. Tivemos o melhor e o impossível daquilo que estava ao seu
alcance e de nossa mãe.
Em nossa
casa, na Donato Luongo-290, acho que a coisa mais antiga que me
lembro, era ver o senhor enrolar transformador na antiga cozinha de
sua mãe.. Eu e o Dirceu ficávamos doidos pra mexer na máquina de
enrolar. Tempos depois, o Paulo e o Carlos viviam mexendo em motos,
com o Marcos, Kima, Zé e outros amigos. O Paulo várias vezes
colocava a gente na carroceria daquele carrinho de ferro e o puxava
em volta da casa. Era demais!
Também
não esqueço das festas juninas que sempre tinha fogueira, churrasco
e a os tios, primos e amigos sempre lotavam nossa casa. Nas férias
sempre íamos viajar para algum lugar: Santos, Ubatuba, Ibitiura.
Sempre quase toda a família. A mãe sempre ficou cuidando da casa e
dos animais; cachorro, pássaros, tartaruga e coelhos.
Nos
Natais sempre ganhávamos presentes que estavam dentro do orçamento.
Mas o mais inesquecível pra mim foi os Patinetes, que até os netos
ganharam. No almoço de domingo a mãe fazia frango assado e
macarronada e a noitinha tinha o lanche, com bolo, pães de queijo,
biscoitos de polvilho e mortadela.
Nossa casa sem dúvida sempre foi um lugar abençoado com casamentos,
nascimentos, festas, árvores de frutas e alegrias. Depois vieram os
netos, e o senhor e a mãe sempre estiveram do nosso lado nos
apoiando. Eu recebi tanto de vocês que não tem nada nesse mundo que
pague.
Não estou escrevendo para fazer o senhor e quem estiver lendo essa
carta chorar como estou chorando agora ao escreve-la. Apenas quero
dizer que nunca esqueci cada detalhe de nossa vida quando reunidos em
nossa casa ou pelos caminhos que seguimos. Essa carta é pra dizer,
que tudo aquilo que me lembro e tudo mais que não está escrito aqui
foi e serão os momentos mais incríveis que já tive e tivemos. E
isso tudo foi feito pelo amor de nossa mãe e do senhor. E para
agradecer ainda não inventaram nada mais perfeito para dizer. Eu e
nós te amamos. Obrigado.
FELIZ DIA DOS PAIS
Júlio Vicari
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Recomeçar
Recomeçar sempre é um
movimento direcionado ao futuro
que talvez seja breve
ou que leve alguns anos para chegar
mas recomeçar tem um
sentido mais amplo:
é a possibilidade de encontrar novos e diversos
caminhos
além daqueles que
sabemos que existem
Então, recomeçar não é do zero, mas de onde
estamos e saber entender que o que já passou poderá ou não ser útil mais tarde. Mas nunca deve ser esquecido.
Inté
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