sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fazemos escolhas todos os dias.

Fazemos escolhas todos os dias.
Escolhemos a melhor hora de levantar mesmo tendo horário para chegar no trabalho.
Escolhemos o que iremos comer no café da manhã mesmo que todo dia só tenha pão, manteiga, café e leite. E só com isso, todos os dias são diferentes na quantidade de açúcar, de manteiga, de goles e mastigadas que damos até terminar o café e o pão.
Escolhemos se na hora que estamos tomando banho, começaremos a nos lavar pelos cabelos, pelas pernas, pelos braços. Mesmo que todo nosso cérebro já esteja acostumado com essa rotina, os movimentos, a força, a quantidade de água é diferente. A quantidade de água que teremos que enxugar em nosso corpo nunca será a mesma.
Escolhemos a roupa que usaremos mesmo que na empresa onde trabalhamos seja necessário usar uniforme. As roupas a cada dia, depois de serem lavadas ou não, já são diferentes. O perfume, o desodorante, a forma de pentear os cabelos, tornam-se mais complexos: conforme a evaporação do álcool, a nossa transpiração e o crescimento dos fios, respectivamente.
Na rua, escolhemos onde pisar, que depende muito do que pode ter no chão – pedras, água, chiclete, cocô.
Se utilizamos transporte público, esses sim, todos os dias serão completamente diferentes, pelas pessoas que ali se encontram, que já são diferentes em todos os aspectos antes mencionados.
Escolhemos a hora comer, o que iremos comer, quanto iremos comer.
Escolhemos a hora de voltar para casa, mesmo tendo horário fixo de saída do trabalho, pois nunca saímos na mesma hora, minutos e segundos, pois não acredito que exista exatidão orgânica.
Escolhemos como iremos dormir, com que roupa iremos dormir e muitas vezes até com quem iremos dormir.
Tudo na vida é uma escolha.
Escolhemos o que queremos ser, no que queremos trabalhar, onde iremos morar, quando iremos viajar.
Só não escolhemos o amor. Esse, do seu jeito, nos invade sem permissão, sem hora, esteja chovendo ou não, com poucas opções no café da manhã, com muita gente no ônibus, dentro ou fora do horário de trabalho, durante o dia ou a noite. Até em sonho.
Não escolhemos a quem amar. Simplesmente amamos. E amar é diferente todos só dias. Pode conter mais amor, menos amor, outra forma de amor. Ficamos com uma pessoa por pouco tempo, por médio tempo ou por muito tempo, sem saber exatamente quanto tempo é pouco, médio ou muito. Simplesmente, todos os dias, seremos diferentes no amor.

Felizmente seremos diferentes mesmo que achemos que todos os dias são iguais e que nos levam a tal rotina da vida.

Foto: JVicari 2013

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