segunda-feira, 19 de abril de 2021

Loro Florindo Vicari (1997 – 2021)

 

Hoje, 18 de abril de 2021, depois de termos criado um papagaio por mais de 10 anos, que ganhamos de uma pessoa que não podia mais ficar com ele, e por motivos que não importam, tivemos que dar ele para outra pessoa, que cuidou dele por mais uns 10 anos também, amanheceu morto.

Podem não acreditar, mas ele era da minha esposa. Ele me chamava de papai, chamava minha filha pelo nome dela, assoviava quando eu tocava violão, com uma bolinha plástica de desodorante rolon jogava bola comigo da porta do banheiro, gritava muito em todo amanhecer e anoitecer, corria pela mesa do café para roubar um pedaço de queijo derretido de um pão tostado, subia na cama e beliscava nossos pés para acordamos, cantava opera com minha filha, deitava de costas na cama para que coçássemos sua barriga, falava algumas palavras como “doidinho” e “vem cá”. Quando eu e minha filha não estávamos em casa, ele ficava ao lado da minha esposa. Quando um de nós chegava ele logo beliscava ela e vinha para um de nós. (kkk). Todos os domingos tomava banho embaixo de um chuveiro de água fria e ficava secando em um Cajueiro. Adorava comer uvas, castanhas, girassol. Dava risadas e gargalhadas homéricas e contava histórias fascinantes, mesmo sem entendermos nada.

 


Sentimento não tem explicação!

Quando gostamos de alguma coisa, ela torna-se parte da nossa existência, das nossas rotinas, dos nossos pensamentos. Não importa se esse sentimento é por uma coisa material, uma pessoa, por animal de estimação ou por um objeto. O que importa é que quando ele está enraizado, as emoções que podem ser despertadas em nós, estarão ligadas a ele não importando o tempo que passe, Isso nunca acabará.

Meu filho de penas multicoloridas partiu. Talvez, e é o que desejo, tenha ido para o céu, para o infinito. Mas além de deixar um vazio enorme no nosso peito, levou uma parte da nossa vida que nunca será esquecida. Só espero poder voar novamente contigo em algum lugar, meu bebê!

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